A organização não governamental sem fins lucrativos Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies (MAPS) conseguiu aprovar recentemente, junto ao FDA (órgão do governo norte-americano que faz o controle de alimentos e medicamentos) um estudo sobre o uso medicinal da cannabis por veteranos de guerra com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
O que estava em jogo nessa aprovação histórica não é somente um ensaio clínico, mas um debate maior sobre ciência, estigma e a necessidade de flexibilização regulatória para o desenvolvimento de novas abordagens para condições que os tratamentos convencionais muitas vezes não conseguem alcançar.
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é uma das condições mais devastadoras que podem surgir após vivências emocionalmente impactantes. Para veteranos de guerra, o TEPT não é apenas um diagnóstico: é uma sombra constante que afeta sono, relações e a própria vontade de viver.
Mas o TEPT não é um privilégio exclusivo de países em conflitos armados, já que é relativamente comum também em situações de violência urbana, como assaltos, acidentes e abusos físicos.
Na região de São Paulo, estima-se que o TEPT tenha uma prevalência de 3,2% da população ao longo da vida: seria algo como 400 mil pessoas na maior cidade do nosso país sofrendo com esse transtorno devastador. Ou seja, é algo relevante mesmo fora dos EUA e que também nos diz respeito.
Com informações: O Globo