Ao longo da história da humanidade, por anos a fio fé e ciência caminharam lado a lado, ainda que por vezes aos trancos e barrancos. Mas foi com a chegada do Iluminismo, no século 18, que o cenário se transformou radicalmente. O movimento intelectual nascido na França colocou os dogmas cristãos em xeque, afirmando que a fé está na razão. O rompimento se consolidou cem anos depois, quando Charles Darwin cunhou a teoria da evolução das espécies, negando o criacionismo. E assim seguiu a vida, praticamente com dois universos incompatíveis: os crentes da fé, os crentes da ciência.
As duas maneiras de pensar o mundo começaram a se reaproximar mais recentemente. Em um dos acontecimentos mais emblemáticos no catolicismo, o Papa Francisco, logo no segundo ano do pontificado, derrubou barreiras ao reconhecer hipóteses defendidas pela ciência, como a da própria evolução.
Por parte dos crentes da ciência, a reconciliação ganhou força pela medicina, com chegada dos aparelhos de ressonância magnética funcionais, que mostraram por meio de exames cerebrais, a influência da fé no bem-estar e no tratamento de doenças.
Para o dia de Natal de 2024, o GLOBO traz depoimentos de três médicos de hospitais de ponta de São Paulo sobre o papel da fé no exercício de suas profissões, seja no amparo ao paciente, seja na eficácia das terapias aplicadas. Os relatos tocantes da endocrinologista Claudia Cozer, do neurocirurgião Francisco Sampaio Júnior, do Hospital Sírio-Libanês e do cirurgião Sidney Klajner, do Hospital Albert Einstein, comprovam que os dois mundos podem andar juntos e muito bem.
Com informações: O Globo