‘Fiz minha cirurgia e três meses depois ganhei 1º lugar numa meia-maratona’, conta corredor de 70 anos que descobriu um câncer na bexiga

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“Eu corro a minha vida toda. Quando jovem, fui atleta de pista. Depois parei um pouco, abracei o ciclismo, que fiz por 10 anos. Mas na década de 80, com o desafio de amigos, comecei a praticar corrida de novo. Eu tinha 32 anos. De lá para cá, nunca mais parei. Ao longo desse tempo, sempre participei de provas: 10 km, 21 km, 42 km. Em 2015, entrei para uma assessoria de corrida e comecei a ter orientação e a focar em conquistar pódio, porque sou muito competitivo. Já devo ter feito mais de 30 maratonas. Desde então, conquistei diversos primeiros lugares.

Assim tem sido, até que, no ano passado, eu estava me preparando para uma meia maratona em Paraty, quando, em maio, tive um sangramento após um treino de 23 km. Foi uma hematúria (sangue na urina) que me levou a ficar 10 dias hospitalizado. A princípio, o diagnóstico foi HPB (hiperplasia prostática benigna). Porém, ao fazer a cirurgia para raspagem da próstata, o médico identificou algo diferente na minha bexiga durante um ultrassom. Na cirurgia, ele também retirou o que estava ali, e o resultado foi ruim.

Essa descoberta não é desejada por nenhum de nós, mas procurei enfrentar com muita determinação, fé e persistência. Quando eu recebi a notícia, procurei encará-la como se fosse um problema como outro qualquer. Em momento nenhum o diagnóstico me abalou, nem física nem psicologicamente. E eu acredito que isso é por causa da atividade física. Por causa do meu empenho, da minha disciplina, da minha alimentação, do meu cuidado com o sono. Tudo isso me ajudou muito a enfrentar esse momento.

Tendo objetivos na vida, você se determina a buscá-los. Eu costumo dizer que, com disciplina, conquistamos tudo. Eu fiz minha cirurgia no dia 22 de julho. Três meses depois, participei da meia-maratona da Reserva, no Rio de Janeiro, e ganhei o primeiro lugar na minha faixa etária. Nosso corpo tem memória, por mais que você pare alguns meses, quando você retorna o seu organismo lembra. Nossa máquina é perfeita, só precisa de cuidados, que é o sono, a boa alimentação. Levar uma vida equilibrada em todos os sentidos.

No restante de 2023, ainda tive vários outros pódios. Em junho deste ano, fiz o desafio da Maratona do Rio para comemorar meus 70 anos. Corri 21km no sábado, em 1h57m, e os 42km no domingo, em 4h25m. Depois, eu estava me preparando para o Desafio da Muralha, que vai de Penedo até Visconde de Mauá, mas por conta de uma um estiramento de 6,5 cm no músculo abdutor, em agosto, precisei ficar parado.

Com informações: O Globo