Impacto no cérebro: calor excessivo pode afetar saúde mental e capacidade cognitiva

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Em tempo de aquecimento recorde do planeta, ficar de cabeça quente ou louco de calor se tornaram mais do que força de expressão. Uma série de estudos mostra que as altas temperaturas afetam o cérebro e podem causar distúrbios que vão de impulsividade, agressão e depressão à insônia e redução de capacidade cognitiva, com dificuldades de raciocínio, aprendizado e memória. O calor extremo derrete pensamentos, em sentido literal.

O calor é combustível para distúrbios mentais porque a exposição a altas temperaturas afeta a bioquímica cerebral. E, nos casos mais graves, pode levar a suicídio, surtos esquizofrênicos e episódios de violência. É um problema de saúde pública que cresce à medida que o mundo esquenta, num verão sem fim, alertam psiquiatras e neurocientistas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem feito repetidos alertas sobre os perigos das ondas e extremos de calor para a saúde mental. O último destacou o risco de suicídio.

— O calor aumenta não apenas a morbidade, mas a mortalidade por doença mental. Isso é gravíssimo. O calor que sofremos agora ameaça a saúde mental e precisamos de uma estratégia para enfrentá-lo — afirma Flávio Kapczinski, pró-reitor de pesquisa e professor titular de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A resposta à questão é um retumbante sim. Dados de 1,7 milhão de mortes e 1,9 milhão de casos de doenças mentais mostraram que as ondas de calor causam um aumento de 75,3% de casos de doenças mentais. Publicado na Environment International, o estudo revelou que a elevação de 1°C aumenta em 2,2% a mortalidade por doença mental. Mas até pequenos aumentos na temperatura podem ter impactos mensuráveis, especialmente em países tropicais, disseram os cientistas.

Com informações: O Globo