Leite adulterado no RS: entenda os riscos do uso de soda cáustica e água oxigenada na bebida

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) identificou a produção de derivados lácteos – leite UHT, composto, leite em pó, soro, entre outros –, em uma indústria no município de Taquara, no Vale do Paranhana (RS), com adição soda cáustica e outros compostos como água oxigenada. Também foram identificados “pelos indefinidos” e pontos de sujeira dentro de embalagens.

De acordo com o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, em comunicado, “eles chegam a reprocessar o produto vencido para reutilizá-lo novamente”. No entanto, a Justiça ainda não autorizou a divulgação das marcas.

Mesmo sendo um material corrosivo e tóxico, o hidróxido de sódio (NaOH), nome científico da soda cáustica, é amplamente utilizado na indústria de alimentos com a função de “regulador de acidez”. Nestes casos, sua ingestão não traz riscos à saúde. Alguns produtos nos quais o uso do composto é permiti são: bebidas não alcoólicas; sopas e caldos; balas, caramelos, pastilhas, confeitos, gomas de mascar, torrones, entre outros; farinhas e massas (alimentícias, para pastéis, para pizzas); gelados comestíveis; molhos, maionese, ketchup, mostarda; cremes vegetais e margarina.

“O padrão de acidez do leite tem relação com a contagem de bactérias, e, portanto, o produto que antes tinha acidez fora do limite permitido (e essa acidez foi corrigida com hidróxido de sódio), poderia está com o contagem microbiana fora do padrão estabelecido, sendo este um dos riscos à saúde em função do uso fraudulento”, diz a agência em informe técnico publicado em 2007.

Além disso, a soda cáustica pode conter metais pesados, alguns, inclusive, cancerígenos, segundo Silva Filho.

Com informações: O Globo