Mas foi mêrmo!

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Tião Maia: Gilmar ofende o Acre ao comentar tentativa de golpe e refutar Bolsonaro

Repórter de Contil Notícias bota cocando em Ministro do STF

O ministro mais antigo em atuação no Supremo Tribunal Federal (STF), o chamado decano, Gilmar Mendes, deu, nesta sexta-feira (20), uma demonstração cabal de como o Acre, embora um dos 26 entes da Federação brasileira que formam a República Federativa do Brasil, é tratado pela elite empresarial, política e econômica do país. Numa entrevista ao site Metrópoles, de Brasília, em declarações que visavam refutar a principal tese usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores no chamado “inquérito do golpe” de Estado, o ministro acabou cometendo u poético-recreativo. Eram pessoas que estavam com dinheiro, estavam com carros, estavam se deslocando, monitorando essas pessoas”, disse o ministro, citando o Acre, para assegurar que o caso sobre o golpe é um relatório com mais de 800 páginas.
“Nós vemos atos muito mais concretos. Quando se trata, por exemplo, de falar do assassinato do presidente da República eleito, do vice-presidente eleito, do assassinato de um ministro do Supremo. São coisas de extrema gravidade. Há a ideia de que, em princípio, atos preparatórios nada têm a ver com a eventual prática de crime. Só que, nesses casos de crimes contra o Estado de Direito e crimes contra a própria democracia, normalmente nós falamos de atos preparatórios que já são criminalizados. Até porque, se o crime é bem-sucedido, ele se complementa. Na verdade, nós não vamos ter mais o Estado de Direito. Aquela situação que era ilícita passa a ser lícita. Nós vamos ter uma nova ordem. Então, é preciso entender isso nesse contexto”, afirmou Gilmar Mendes.
Segundo ele, no caso, “as coisas foram muito além de atos puramente preparatórios, como se fossem atos cerebrinos. A gente pode pensar assim: ‘Poxa, que vontade de dar um tiro em alguém’. Fiquei no livre pensar. Mas não era disso que se tratava”, prosseguiu o ministro.
“Quando há dinheiro entregue para kids pretos, se isso ocorreu de fato; se pessoas foram monitoradas para eventualmente serem presas ou eliminadas; [se houve] documentos e atos. As pessoas estavam nos prédios acompanhando. Nós temos bastante concretude nessas medidas. ‘Ah, por que não realizou?’ Porque desistiu ou porque foram aconselhados… Tudo isso é extremamente grave e será devidamente examinado”, disse. O ministro citou as investigações da Polícia Federal (PF).
No dia 20 de junho de 2024, Gilmar Mendes completou 22 anos no cargo de ministro do STF. Ele foi indicado ao cargo pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso. No livro que publicou assim que deixou o poder, A Arte da Política – A História que Vivi, FHC também cita o Acre de forma pejorativa. Ao justificar o escândalo da chamada “Compra de Votos”, quando deputados federais acreanos foram citados como exemplos da corrupção que campeava no Congresso, com a venda de votos dos parlamentares ao preço de R$ 200 mil para a aprovação da emenda da reeleição, que beneficiaria diretamente o então presidente, FHC disse que o caso, se houve, era algo adstrito aos grotões do Brasil. “Coisa lá do Acre”, escreveu.