Gosto não se discute. Paladar é questão de DNA. Para desalento de pais que tentam, sem sucesso, que os filhos comam vegetais, a genética mostra que nem sempre isso é possível, ao menos não com todos os legumes e verduras. Gostar ou não de brócolis, couve e outros vegetais de sabor amargo tem a ver com as variações genéticas de cada pessoa. E as mesmas variações também podem fazer com que alguns indivíduos torçam o nariz para chocolate amargo, café e cerveja.
A ciência começa a desvendar a complexa composição da salada genética do paladar. Mas, se não dá para mudar a preferência natural, pode-se pensar em transformar o sabor do vegetal.
Estudos prometem tornar mais apetitosos alimentos saudáveis, que para muita gente são intragáveis. E isso pode ser possível tanto com seleção de mutantes naturais quanto por meio de edição genética ou transgenia.
No caso de brócolis, agrião e uma série de outros vegetais crucíferos de folhas verde-escuro, o amargor tem a ver com a presença de compostos chamados glucosinolatos. A percepção deles como amarguinho gostoso ou impossível de engolir está relacionada a um gene conhecido pela sigla nada atraente de TAS2R38.
Esse gene, por sua vez, tem muitas variantes que modulam a percepção do sabor amargo, que pode ser agradável para uns e horrível para outros.
Com informações: O Globo