Remédio popularmente conhecido para tratar calvície, o minoxidil, é vendido sem receita em farmácias e, às vezes, podem decepcionar — nem sempre é possível interromper a queda de cabelo. Porém, um efeito adverso que está sendo motivado pelo fármaco tem preocupado médicos. Na Europa, 11 crianças desenvolveram hipertricose, também chamada de “síndrome do lobisomem”, que faz com que pelos cresçam de maneira desordenada pelo corpo.
Segundo especialistas, isso pode ter acontecido, pois as crianças entraram em contato com loções contendo o remédio usado contra a calvície, através dos pais ou outros adultos.
De acordo com a dermatologista Ana Carolina Sumam, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia, casos em que terceiros acabam desenvolvendo hipertricose devido ao medicamento são raros.
— Nós observamos de forma muito mais frequente a hipertricose como efeito colateral no próprio paciente que faz o uso da medicação — explica.
O mecanismo do minodixil estimula o crescimento do cabelo ao aumentar o calibre dos vasos sanguíneos, melhorando a circulação sanguínea e assim, facilitando o surgimento de novos pelos. E a forma de uso mais recomendada é a tópica, na qual ele é aplicado diretamente na região com pouco crescimento capilar (na barba ou no couro cabeludo, por exemplo).
Especialistas na área, entretanto, afirmam que ainda não está claro como o minoxidil é transmitido do pai para o bebê, mas que eles consideram duas hipóteses. A primeira é por contato pele a pele, visto que os bebês têm a camada externa da epiderme mais fina, e a segunda é via oral, já que bebês pequenos costumam chupar, ou sentir a pele de seus pais com a boca, onde a loção poderia ter sido aplicada.
A dermatologista Margaritha Cobuci afirma que além do minoxidil outras substâncias também podem facilitar o crescimento de tamanho e a espessura de pelos, como por exemplo: esteroides anabolizantes, andrógenos, fenitoína, ciclosporina e corticoides.
Com informações: O Globo