Doença misteriosa que matou dezenas no Congo: testes apontam para malária, mas OMS não descarta outras causas

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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que testes iniciais realizados no surto de uma doença misteriosa na República Democrática do Congo (RDC) apontaram para malária. No entanto, frisou que outras causas simultâneas não foram descartadas.

— Das 12 amostras iniciais coletadas, 10 deram positivo para malária, embora seja possível que mais de uma doença esteja envolvida. Outras amostras serão coletadas e testadas para determinar a causa ou causas exatas — afirmou numa coletiva na segunda-feira.

Tedros explicou ainda que a OMS foi acionada há menos de duas semanas “sobre uma doença não diagnosticada na República Democrática do Congo” e que, até agora, já foram registrados 416 casos e 31 mortes. A maioria em crianças com menos de 14 anos de idade, no distrito de Panzi, na província de Kwango, no Oeste da RDC.

— A área afetada é remota, as telecomunicações são extremamente limitadas e o acesso foi dificultado pela estação chuvosa. A equipe nacional de resposta levou vários dias para chegar a Panzi. A área também sofre com altos níveis de desnutrição e baixa cobertura de vacinação, deixando as crianças vulneráveis a uma série de doenças, incluindo malária, pneumonia, sarampo e outras — disse o diretor da OMS.

A organização enviou uma equipe de especialistas para apoiar as autoridades da RDC na investigação. No último dia 5, Dieudonne Mwamba, chefe do Instituto Nacional de Saúde Pública da RDC, disse que os sintomas apontavam para uma doença respiratória, mas sem um diagnóstico claro era difícil saber a causa e se era um vírus ou uma bactéria.

“Dada a apresentação clínica e os sintomas relatados, e um número de mortes associadas, pneumonia aguda, gripe, Covid-19, sarampo e malária estão sendo considerados como possíveis fatores causais, sendo a desnutrição um fator contribuinte. A malária é uma doença comum nessa área e pode estar causando ou contribuindo para os casos”, já afirmava também a atualização.

Com informações: O Globo