Doenças com alta de casos no país tiveram vacinas descartadas

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O governo federal deixou vencer imunizantes usados para proteger contra doenças que têm suas coberturas vacinais abaixo da meta e, em alguns casos, com alta de registros nos últimos meses. Como revelou O GLOBO, 58 milhões de vacinas foram desperdiçadas de 2023 e ao longo deste ano, até segunda-feira, após expirar os prazos de validade. O número supera a quantia descartada nos quatro anos de Jair Bolsonaro.

Entre os imunizantes descartados nesse período, 8,7 milhões seriam usados para prevenir casos de difteria, tétano e coqueluche (DTP). A cobertura vacinal para essas doenças, que era de 64,4% em 2022, subiu neste ano para 87,5%, mas ainda está longe da meta de ter 95% da população vacinada.

Enquanto isso, o aumento de casos de coqueluche no país preocupam autoridades de saúde. Foram mais de 3 mil registros neste ano, um recorde desde 2014. Em comunicado, o ministério diz que “a vacina DTP, fornecida pelo Fundo Rotatório da OPAS, teve as últimas entregas atrasadas. Para manter a imunização, a DTP foi substituída pela pentavalente, que contém o mesmo componente. Portanto, não houve falhas na distribuição e as crianças puderam ser vacinadas”.

O cenário é semelhante em relação à febre amarela. No primeiro semestre deste ano, o Ministério da Saúde emitiu um alerta após registro de uma morte no interior de São Paulo. A doença é endêmica na região amazônica, mas ocasionalmente ressurge em outras áreas.

Além de deixar as vacinas expirarem, o governo deixou de atender pedidos de estados para o envio de imunizantes. Em um informe de setembro, o Ministério da Saúde registrou que atendeu parcialmente os pedidos de oito tipos de vacina feitos por secretarias estaduais de saúde. Uma delas era a vacina meningocócica ACWY, que teve 1.224 doses vencidas neste ano, um prejuízo de R$ 87,9 mil.

Nos informes de agosto e setembro, o ministério também informou que o estoque era crítico para as vacinas DTP. “O Ministério da Saúde (MS) enfrenta desafios no abastecimento das vacinas mencionadas a seguir devido a fatores não previsíveis, como atrasos nas entregas por parte dos fornecedores e dificuldade de aquisição”, disse. Só neste ano, foram R$ 3,3 milhões deste imunizante desperdiçados por perderem a validade.

Com informações: O Globo