O Brasil não tem protocolos definidos para rastreamento – a realização de exames em indivíduos saudáveis para detecção precoce de doenças – de câncer de intestino e de pulmão. Isso embora especialistas da área defendam a criação de diretrizes e condições para implementá-las, em moldes semelhantes ao que é feito hoje com as mamografias para o câncer de mama.
Os oncologistas afirmam que há estudos mostrando uma redução na mortalidade a partir da estratégia e a custo-efetividade para implementação no Sistema Único de Saúde (SUS). Em relação ao câncer de pulmão, por exemplo, um dos mais emblemáticos, conduzido pelo governo dos Estados Unidos e publicado na revista científica New England Journal of Medicine, apontou que o rastreamento reduz em 20% o risco de morte.
No Reino Unido, por exemplo, o Comitê Nacional de Rastreamento recomenda o exame para pessoas de 55 a 74 anos que fumam ou são ex-tabagistas a cada dois anos. Já nos EUA, a Força-tarefa de Serviços de Prevenção dos Estados Unidos recomenda o rastreamento de câncer de intestino para aqueles entre 45 e 80 anos com testes como o de sangue oculto nas fezes e de colonoscopia.
Mesmo sem diretrizes do Ministério da Saúde, as principais sociedades médicas brasileiras ligadas ao tema – a SBOC, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FGB) – já orientam o rastreamento de câncer de intestino e de pulmão, que é feito majoritariamente na rede privada.
O ano-maço é calculado a partir da quantidade de maços fumados por dia multiplicada pela de anos do hábito. Por exemplo, um maço por dia durante 20 anos equivale a exatamente 20 anos-maço. Assim como dois maços por dia durante 10 anos, e meio maço (0,5) por 40 anos.
Com informações: O Globo