Quando o ventilador se transforma em air fryer? Neste ano de recordes de calor, a pergunta e suas implicações para a saúde têm deixado especialistas em conforto térmico de cabeça quente. Para o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), acima de 32 °C não se deve usar ventilador sob o risco de agravar a exaustão pelo calor em vez de amenizá-la. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que o limite é 40ºC.
A umidade do ar se mostra crucial na transformação do ventilador de aliado em tormento. Se for alta, o ventilador refresca. Quando está baixa, tem o efeito contrário. A velocidade do vento não faz diferença.
Convencionalmente, 35°C seria o limite de uso de ventiladores, pois essa é a temperatura típica da pele humana. O pressuposto é que acima desse nível, o ventilador agravaria o superaquecimento porque removeria a camada de ar que se resfriou ao atingir o equilíbrio com a temperatura da pele. Na prática, funcionaria como um forno de convecção que acelera o cozimento ao circular ar quente. Isto é, viraria um air fryer.
Dois estudos recentes publicados em revistas médico-científicas de grande prestígio alimentaram a polêmica. Um deles, publicado em novembro no periódico The New England Journal of Medicine (NEJM), diz que ventiladores podem aliviar o estresse no coração de pessoas idosas em condições úmidas de até 38°C.
Já a outra pesquisa, publicada na JAMA (Journal of the American Medical Association), reafirma não haver benefício em usar um ventilador acima de 35°C.
Com informações: O Globo