‘Ameba comedora de cérebros’: tudo sobre a Naegleria fowleri, que tem o 1º caso investigado no Brasil

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A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) investiga o que pode ser o primeiro caso do parasita Naegleria fowleri, conhecido como “ameba comedora de cérebro”, no Brasil. O microrganismo destrói o tecido do órgão e, em até sete dias do início dos sintomas, leva quase todos os contaminados à morte – como foi com a paciente suspeita no país.

O caso em análise é de uma menina de um ano que morreu em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, em setembro, explicou ao GLOBO o secretário executivo de Vigilância em Saúde do Ceará, Antonio Silva Lima Neto:

— É uma criança pequena, de um ano e três meses, que abriu um quadro clínico similar a uma amigdalite, com febre alta e dor de garganta, no dia 12 de setembro. Esse quadro evolui para vômitos que você não consegue parar e quadros neurológicos, com rigidez de nuca, convulsões. Ela foi transferida para o hospital de referência e teve início o tratamento para a meningoencefalite, mas não respondeu à medicação e morreu no dia 19.

Durante a necrópsia, começou a suspeita para Naegleria fowleri pela identificação de um organismo unicelular e pelo quadro clínico compatível manifestado pela paciente. Equipes da secretaria coletaram amostras de água da cisterna, já que a ameba é transmitida geralmente em contato com líquidos pela via nasal, e os resultados analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, deram positivo para a Naegleria fowleri.

Segundo Lima Neto, após o início da investigação a prefeitura realizou modificações no serviço de abastecimento de água com filtragem e cloretação para evitar novos casos. Nos Estados Unidos, de onde é a vasta maioria dos registros de Naegleria fowleri, apenas 4 de 164 infectados entre 1962 e 2023 sobreviveram à ameba – uma letalidade de 97,6%, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), acima de temidos patógenos, como o ebola.

Com informações: O Globo