Anvisa avalia obrigar retenção de receita para compra de Ozempic e semelhantes

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia implementar a obrigatoriedade de retenção da receita durante a compra dos medicamentos análogos de GLP-1, classe à qual pertencem os remédios Ozempic, Wegovy, Mounjaro, Saxenda, entre outros. Os fármacos são usados para o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade.

Uma proposta foi apresentada em novembro para abrir um processo de regulação com o objetivo de incluir os medicamentos junto aos antibióticos na lista daqueles que somente podem ser utilizados mediante prescrição médica e retenção da receita médica. Hoje a prescrição já é obrigatória, mas a receita não é retida.

No formulário de abertura do processo, assinado por Flavia Neves Rocha Alves, gerente de Farmacovigilância da Anvisa, e Simone de Oliveira Reis Rodero, gerente-geral de Monitoramento de Produtos sujeitos à Vigilância Sanitária, as especialistas citam um elevado número de usos inadequados dos produtos.

Afirmam que dados do Sistema VigiMed, da Anvisa, registraram, até setembro deste ano, 1.165 notificações de usos fora do indicado na bula, das quais 92% correspondem a liraglutida e semaglutida – substâncias do Saxenda e do Ozempic e Wegovy.

“O uso fora das indicações aprovadas em situações em que não há comprovação científica de segurança e eficácia pode colocar em risco a saúde dos seus usuários. Ademais, tratam-se de medicamentos novos, cujo perfil de segurança a longo prazo ainda não é conhecido, o que requer o monitoramento e a vigilância”, escrevem no documento.

Por isso, explicam que o “principal objetivo deste processo regulatório é a prevenção de agravos, minimização de riscos e promoção do uso racional da classe dos agonistas do receptor do peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1) por meio da restrição do acesso com dispensação com retenção de receita médica, visando ao uso somente com prescrição e acompanhamento de profissional habilitado”.

Com informações: O Globo