Quando Sascha Green vai ao mercado, ela compra carne de porco moída, peru e peito de frango para uma semana de jantares. E então ela ganha mais um produto para a sua skincare (cuidados com a pele, traduzido do inglês). Pode parecer nojento, mas o sebo bovino — gordura extraída dos órgãos de uma vaca — se tornou um ingrediente popular em produtos cosméticos.
Os clientes juram por suas propriedades hidratantes naturais, enquanto as empresas começaram a vender cremes à base de sebo para atender à demanda. Mas os dermatologistas alertam que só porque algo é natural não significa que você deve colocá-lo no rosto.
— Eu desconsidero isso da perspectiva científica e dermatológica. Poderia causar surtos de acne ou causar irritação — afirma Zakia Rahman, professora clínica de dermatologia na Escola de Medicina da Universidade de Stanford.
Ainda assim, muitas pessoas juram por seus benefícios. No ano passado, Green, 28, parou de gastar uma fortuna em uma ladainha de produtos para a pele quando começou a ver vídeos no TikTok de pessoas promovendo o que elas descreveram como um ingrediente milagroso natural que é mais barato do que os produtos da Sephora.
Em um vídeo documentando seu processo, ela cozinhou a gordura repetidamente com água e sal, removendo impurezas de cor marrom até que ela ficou com um disco branco e ceroso. Ela então o batia com óleos essenciais e o declarava pronto.
A maneira como Green fala sobre sebo faz você pensar que ela está descrevendo uma droga mágica — não um ingrediente que a maioria dos açougueiros descarta. Antes de dormir? Ela utiliza o sebo. Picadas de insetos? Sebo. Erupções cutâneas? Pele seca? Queimaduras graves? Passe as pomadas à base de carne bovina.
Com informações: O Globo