Entre os motivos para a Honda entrar em negociações para uma possível fusão com a Nissan, um se destaca: a China. A crescente popularidade dos veículos elétricos e híbridos da BYD e de outras fabricantes ofuscou a posição de liderança que as montadoras japonesas desfrutavam como fornecedoras de carros de alta qualidade e prestígio. Como resultado, elas agora enfrentam excesso de capacidade em fábricas locais projetadas para atender a uma demanda doméstica que não se concretizou no maior mercado mundial de automóveis.
A Nissan fabricou 779.756 carros na China durante o ano fiscal encerrado em março, cerca de metade de sua produção máxima nos últimos anos. A empresa adotou um plano de corte de custos que reduzirá sua capacidade global em um quinto, para 4 milhões de veículos. Desse total, mais da metade da redução de 1 milhão de unidades será realizada na China, de acordo com o analista Arifumi Yoshida, da Citigroup Global Markets.
A Honda informou, em julho, que fechará fábricas e reduzirá sua capacidade em 20% na China. A montadora está em negociações com parceiros locais para cortes adicionais, afirmou no mês passado o vice-presidente executivo Shinji Aoyama.
De forma mais ampla, a Nissan enfrenta turbulências desde a prisão e demissão do ex-presidente Carlos Ghosn, no final de 2018. Além disso, sucessivas mudanças na gestão e uma linha de produtos desatualizada contribuíram para que a empresa se tornasse a quinta maior montadora do Japão em valor de mercado, avaliada em cerca de US$ 10,2 bilhões. Isso fez da Nissan um potencial alvo de aquisição.
Com informações: O Globo