À medida que a disputa presidencial de 2026 começa a tomar forma, o Brasil se vê diante do dilema de escolher quem será o sucessor de figuras como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) – declarado inelegível até 2030 – já não estiverem mais no centro da política. Embora nomes alternativos surjam para substituir essas duas grandes lideranças que polarizaram as eleições de 2022, o cenário de renovação continua desafiador. A falta de opções competitivas, especialmente nas esferas de esquerda e centro, tem gerado um vácuo político, ampliando a dificuldade de se criar novos nomes que consigam transitar por todo o espectro político e conectar-se com a sociedade brasileira.
Segundo a Folha de S. Paulo, a questão sobre a continuidade de Lula no processo eleitoral de 2026 voltou a ser levantada após os problemas de saúde do presidente, o que pode impossibilitar uma tentativa de reeleição. No PT, ministros como Fernando Haddad e Rui Costa são citados como possíveis sucessores, mas enfrentam obstáculos, especialmente considerando a força simbólica de Lula dentro do partido.
Do lado da direita, governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR) são alguns dos nomes que se destacam, embora a hipótese de uma candidatura de familiares de Bolsonaro, como sua esposa e filhos, também seja cogitada. Além disso, outsiders como o empresário Pablo Marçal (PRTB) têm sido mencionados como potenciais alternativas.
Felipe Soutello, marqueteiro da campanha de Tebet, acredita que a construção de uma liderança política sólida no Brasil exige tempo, estrutura partidária e conexão com as elites político-econômicas. Segundo ele, as redes sociais, embora essenciais, não são suficientes para garantir a ascensão de novos líderes. A ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD-RS) reforça essa perspectiva, apontando que as redes sociais ajudam a projetar figuras desconhecidas, especialmente à direita, mas lamenta a substituição de qualidades como confiança e biografia respeitável por atitudes agressivas e polarizadoras.
A cientista política Vera Chaia também observa que a direita, particularmente após as manifestações de junho de 2013, soube explorar o campo das redes sociais e se beneficiar de um movimento de renovação de lideranças, enquanto a esquerda, por sua vez, apostou excessivamente em Lula, o que prejudicou a construção de novas opções. Ela acredita que a direita hoje tem mais nomes com potencial de alcance nacional, enquanto a esquerda segue em busca de alternativas.
Fonte: Brasil 247
Com informações: AC 24 horas